domingo, 1 de fevereiro de 2009

And all these things that i`ve done...

E a partir daquele momento, tudo mudara na sua vida. Poucos têm esse privilégio, reconhecer e lembrar esse momento único.
Mesmo assim, o deixou passar. Como quem vê a areia escapando pelo meio de seus dedos e não os fecha. Ficou ali, parada imóvel a luz do luar na madrugada.
Esqueceu de olhar no relógio, como de costume. As imagens em sua mente ficaram escassas. Os sons cada segundo mais inaudíveis. Perdera-se em algo distante.
O olhar vago não entregava os seus devaneios. Seguia sozinha pelas ruas movimentadas. Não encostava em ninguém, apenas caminhava na sua direção. Nunca fizera um único desvio, nenhuma mudança repentina. Tinha certeza do que queria, ou ao menos acreditava nisso.
Se não fosse a viagem planejada, o retorno esperado e os sentimentos machucados, nunca o teria visto. Como um deja vú. Mesmo lugar, mesmas pessoas e a dúvida que assombrava a sua memória.
Parecia estar atada a essas lembranças. Tentara apagar, mesmo assim era como uma folha de papel já escrita. Não voltaria a ser branca jamais.
Crenças, crises e solidão. Logo transformadas em força, resistência e superação.
No inocente acaso encontrara a solução para aquele momento, que até então era apenas um rascunho de sua história.
As linhas sem preenchimento e o brilho da página sem nunca ter sido usada, não voltariam mais. Entendera isso assim que sentiu essa nova energia correndo através de seu corpo.
O que estava escrito ficaria ali, como uma marca, mesmo tentado ser apagado. Entretanto poderia deixar algum espaço e recomeçar a escrever.
Mais atenção dessa vez, pensou. Tinha muitas páginas em branco ainda, mesmo assim não queria arriscar tão facilmente.
Há momentos na vida que se é guiado a seguir um caminho, às vezes pelo fluxo das pessoas ou até por experiências já presenciadas. E quando for preciso se ter força nos braços e guiar o leme da vida para a direção que escolhera , será possível identificar quem realmente somos. Jamais seguir a correnteza se essa não for à prioridade.
E como um estalar de dedos, o deja vú se fora. Estava de mãos dadas agora com a curiosidade, conversando com o desafio e encarando, com os olhos guiados pela coragem, o sentimento que mais a intrigava: o amor.

3 comentários:

Ed Anjos disse...

Lindo texto, viajei agora.
mas o amor tb me intriga. Quero férias dele, mas não consigo :s

gabriel___ disse...

porque tu nao escreve um livro ?

*_*

Anônimo disse...

Esse seu texto leva a refltir q todo mundo está sempre em constante mudança.